sábado, 26 de junho de 2010

LILITH ESCARLATE CAPITULO I

O amanhã chegou e com ele um calor infernal, como todo verão nessa região, incrível, como a cada ano as matas parecem mais quente e imponente, menos acolhedora. As folhas balançam e exalam um cheiro de sol, misturado com a poeira fina da estrada de chão batido. As nuvens se movimentam rápido e o calor insuportável faz os animais rasteiros se esconderem no meio das folhas secas espalhadas pelo seco chão.
- Acho que sou como esses animais, ao menos, me sinto assim, escondida num fim de mundo sem ter para onde correr. O que eu estou fazendo num lugar desses, isso é o fim do mundo? Lilith pensa alto.
Lilith já caminhava há quase uma hora, dois quilômetros separava o posto e escola indígena da cidade, a estrada vermelha de chão batido mostrava um horizonte de miragem, imagens turvas, um brilho excessivo a sua frente, e a paisagem dançando, provocando náuseas, ou seria a sede ou ainda a vontade de chegar logo, quem sabe ainda o arrependimento de ter aceitado o emprego.
- Onde já se viu eu professora e ainda por cima de índio!!! Só eu mesmo, já estou começando a acreditar no que dizem, devo ser louca, não louca não, louca de pedra, não, ainda é pouco, louca de Muchu Picho, acho que lá tem muita pedra... Bom seria eu ir para lá mesmo... Esperam que já tenham feito o café...

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