Mas com certeza dou rasantes aqui, com o pouco de "asas" que Deus me concedeu...
PROFª LEO BOCATO
FIZ DA SOLIDÃO UMA EMERGÊNCIA... ÀS VEZES A LUA NEGRA, ÀS VEZES A MULHER DEMÔNIO, MAS NO FUNDO UM ANJO DE ASA QUEBRADA, ACORRENTADA AS CORRENTES DO AMOR, UMA SIMPLES MULHER...
sábado, 29 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
DESEJOS
A graça da humanidade está em sempre desejar, incrível...
E eu que sempre desejei, e como desejei...desejei você... até você do fundo do meu coração...
E quando não tive, desejei mais forte ainda...
Desejei que você sentisse o que eu sentia, isso... o desejo que eu sentia, e que alguém o desprezasse só para você sentir um pouquinho do que eu estava sentido, e de repente estava desejando não te desejar mais, que ambíguo, que humano aff!!!
terça-feira, 20 de julho de 2010
LILITH ESCARLATE, CAPITULO III - MAIS UM CAPITULO DO ROMANCE
para quem acompanha mais um trecho do romance que tenho escrito, espero que agrade... um grande beijo.
Os copos eram poucos, alguns se aproximaram tomaram o café assoprando e chacoalhando as mãos com pressa para passar o copo aos outros que esperavam.
Lilith colocou o café no copo e caminhou para escola, que ficava a uns dez metros da casa principal e Posto Indígena, que funcionava como casa para os vinte e cinco alunos e ainda abrigava a família do chefe de posto, o marido e a esposa, os únicos adultos do posto, mais dois filhos pequenos que não estavam em idade escolar, uma menina e um menino, meninas não poderia estudar. Lilith trabalhava com vinte e cinco alunos indígenas do sexo masculino, nenhuma menina, as mulheres eram proibidas de estudar.
Na soleira da porta da sala de aula o cheiro da terra batida e molhada se misturou com o cheiro de café, a sala um grande chapéu de palha de buriti, as paredes de varas de madeira retirada da mata que começava a uns dez passos, um quadro negro pendurado na parede e para completar com requinte e tornar o ambiente mais educacional, trinta carteiras escolares do tipo colegial, embora o chão fosse de terra batida, estava extremamente limpo, tão limpo que se podiam ver as marcas da vassoura estampada, formando um desenho riscado no chão, difícil de explicar, como se fosse uma cerâmica, em que o escultor alisasse delicadamente suas mãos, Lilith ficou observou cuidadosamente, e ficou com dó de pisar, por um instante hesitou encantada.
Devagar os alunos foram entrando, a maioria de cabeça baixa, passaram por Lilith e nem repararam no que ela observava, talvez por que o artista dificilmente atribui valor artístico a sua obra. Lilith saiu de seu marasmo, e caminhou para ocupar seu lugar de “professora da Escola Indígena”.
Os copos eram poucos, alguns se aproximaram tomaram o café assoprando e chacoalhando as mãos com pressa para passar o copo aos outros que esperavam.
Lilith colocou o café no copo e caminhou para escola, que ficava a uns dez metros da casa principal e Posto Indígena, que funcionava como casa para os vinte e cinco alunos e ainda abrigava a família do chefe de posto, o marido e a esposa, os únicos adultos do posto, mais dois filhos pequenos que não estavam em idade escolar, uma menina e um menino, meninas não poderia estudar. Lilith trabalhava com vinte e cinco alunos indígenas do sexo masculino, nenhuma menina, as mulheres eram proibidas de estudar.
Na soleira da porta da sala de aula o cheiro da terra batida e molhada se misturou com o cheiro de café, a sala um grande chapéu de palha de buriti, as paredes de varas de madeira retirada da mata que começava a uns dez passos, um quadro negro pendurado na parede e para completar com requinte e tornar o ambiente mais educacional, trinta carteiras escolares do tipo colegial, embora o chão fosse de terra batida, estava extremamente limpo, tão limpo que se podiam ver as marcas da vassoura estampada, formando um desenho riscado no chão, difícil de explicar, como se fosse uma cerâmica, em que o escultor alisasse delicadamente suas mãos, Lilith ficou observou cuidadosamente, e ficou com dó de pisar, por um instante hesitou encantada.
Devagar os alunos foram entrando, a maioria de cabeça baixa, passaram por Lilith e nem repararam no que ela observava, talvez por que o artista dificilmente atribui valor artístico a sua obra. Lilith saiu de seu marasmo, e caminhou para ocupar seu lugar de “professora da Escola Indígena”.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
MAIS UM TRECHO DO MEU ROMANCE
LILITH ESCARLATE - CAPITULO II
Há dois meses Lilith aceitará o emprego de professora da Escola Indígena, um projeto piloto, para o ano de 1993, como outros tantos nos novos municípios formados no interior do Mato Grosso. Afinal ali sim, “é terra de índio”.
Ela chegará a pouco mais de um ano logo após o pleibiscito que tornará aquela terra de ninguém em cidade, não se parecia com nenhuma cidade que ela conhecerá antes, não havia ruas, havia trilhas cercadas por capim, havia poucas casas de alvenaria, havia barracos de lona preta, casas de pau-a-pique, prédios então! nem se fala, duas ou três casa de alvenaria e dois prédios públicos: Prefeitura e Câmara Municipal com nove vereadores lagartixas, tudo cercado de mata, e o pior ela nem sabia como havia chegado naquela clareira. Se tivesse que ir embora não saberia o caminho, literalmente ela aterrizará naquele chão.
As pessoas essas sim valiam à pena, simplesmente pessoas sem contaminação pelo progresso. As pessoas daquela localidade eram amigáveis e recebia a todos com igualdade, o jeito simples, e ao mesmo tempo acolhedor.
Nossa heroína chegará cheia de sonhos e planos de recomeço, acabar com o sofrimento que a perseguia desde a infância, ali ela estava com seu pai, tudo o que desejava desde a primeira infância, isso lhe dava forças para continuar, achará seu refugio, seu porto seguro, as coisas começaram a mudar, pelo menos não passava mais fome. Tinha um trabalho, não era mais uma no meio da multidão, era alguém.
- Bom dia! – expressou sem muita animação batendo a poeira das pernas e pés – E o café já tomou? Perguntou ao primeiro grupo de indígenas que encontrou, sentados em uma mesa próxima a cozinha.
- Não, ainda – respondeu um índio da aldeia Panará.
- Tá feito? Prosseguiu Lilith.
- Não?
Meio a contragosto ela acrescentou:
- Então vamos fazer né...
Partiu para a cozinha pensando no atraso da aula, mais um dia que seria mal aproveitado.
O indiozinho Panará se aproxima. E Lilith pergunta:
- Já varreram e molharam a escola.
- Já.
Lilith olhou para o relógio e pensou: - oito e quinze da manhã, já perderá quarenta e cinco minutos de aula – olhou impaciente para a água que não fervia, voltou-se para a porta e olhou com ternura para o índio Panará, que continuava parado na soleira da porta, pensou - será que ele tem ao menos doze anos? – e esboçou um leve sorriso, ela gostava dele, talvez porque a aldeia dele era a mais distante, três dias de barco voadeira descendo o rio, e mais uma hora de carro para chegar à escola, e pior não tinha nenhum parente, ele era único.
Nesse momento Lilith olhou nos olhos do indiozinho e viu... Viu o que ela muitas vezes somente sentiu... Solidão... Abandono... Vontade de ir embora daquele lugar... Sua cabeça doeu como se fosse atingida por um balde de água congelada... Eles se entreolharam por um instante... e ela não soube o que falar, apenas fez um movimento com os lábios como que dizendo: - eu sei... E concordou com um movimento de cabeça. Jogou o pó do café na água e sentiu um cheiro agradável, que a fez sorrir.
Há dois meses Lilith aceitará o emprego de professora da Escola Indígena, um projeto piloto, para o ano de 1993, como outros tantos nos novos municípios formados no interior do Mato Grosso. Afinal ali sim, “é terra de índio”.
Ela chegará a pouco mais de um ano logo após o pleibiscito que tornará aquela terra de ninguém em cidade, não se parecia com nenhuma cidade que ela conhecerá antes, não havia ruas, havia trilhas cercadas por capim, havia poucas casas de alvenaria, havia barracos de lona preta, casas de pau-a-pique, prédios então! nem se fala, duas ou três casa de alvenaria e dois prédios públicos: Prefeitura e Câmara Municipal com nove vereadores lagartixas, tudo cercado de mata, e o pior ela nem sabia como havia chegado naquela clareira. Se tivesse que ir embora não saberia o caminho, literalmente ela aterrizará naquele chão.
As pessoas essas sim valiam à pena, simplesmente pessoas sem contaminação pelo progresso. As pessoas daquela localidade eram amigáveis e recebia a todos com igualdade, o jeito simples, e ao mesmo tempo acolhedor.
Nossa heroína chegará cheia de sonhos e planos de recomeço, acabar com o sofrimento que a perseguia desde a infância, ali ela estava com seu pai, tudo o que desejava desde a primeira infância, isso lhe dava forças para continuar, achará seu refugio, seu porto seguro, as coisas começaram a mudar, pelo menos não passava mais fome. Tinha um trabalho, não era mais uma no meio da multidão, era alguém.
- Bom dia! – expressou sem muita animação batendo a poeira das pernas e pés – E o café já tomou? Perguntou ao primeiro grupo de indígenas que encontrou, sentados em uma mesa próxima a cozinha.
- Não, ainda – respondeu um índio da aldeia Panará.
- Tá feito? Prosseguiu Lilith.
- Não?
Meio a contragosto ela acrescentou:
- Então vamos fazer né...
Partiu para a cozinha pensando no atraso da aula, mais um dia que seria mal aproveitado.
O indiozinho Panará se aproxima. E Lilith pergunta:
- Já varreram e molharam a escola.
- Já.
Lilith olhou para o relógio e pensou: - oito e quinze da manhã, já perderá quarenta e cinco minutos de aula – olhou impaciente para a água que não fervia, voltou-se para a porta e olhou com ternura para o índio Panará, que continuava parado na soleira da porta, pensou - será que ele tem ao menos doze anos? – e esboçou um leve sorriso, ela gostava dele, talvez porque a aldeia dele era a mais distante, três dias de barco voadeira descendo o rio, e mais uma hora de carro para chegar à escola, e pior não tinha nenhum parente, ele era único.
Nesse momento Lilith olhou nos olhos do indiozinho e viu... Viu o que ela muitas vezes somente sentiu... Solidão... Abandono... Vontade de ir embora daquele lugar... Sua cabeça doeu como se fosse atingida por um balde de água congelada... Eles se entreolharam por um instante... e ela não soube o que falar, apenas fez um movimento com os lábios como que dizendo: - eu sei... E concordou com um movimento de cabeça. Jogou o pó do café na água e sentiu um cheiro agradável, que a fez sorrir.
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